Petrobras: O Paraíso da Corrupção é aqui. |
Grande parte da
propina cobrada por Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, das
empresas que prestavam serviços para a Petrobras foi paga na forma de doação
oficial ao Partido dos Trabalhadores (PT). A informação consta no depoimento de
delação premiada de Augusto Ribeiro Mendonça Neto, que representou várias
empresas desde a década de 90, entre elas a Setal Engenharia, depois
transformada em Toyo Setal.
Na prestação de contas
do PT à Justiça Eleitoral entre os anos de 2008 e 2011, há doações feitas pelas
empresas mencionadas por Mendonça Neto num total de R$ 3,6 milhões. A maior
parte, cerca de R$ 2,6 milhões, entrou no caixa do partido via a Setal
Engenharia, que também atende pelo nome de SOG Óleo e Gás S/A. As doações foram
feitas ao longo de 2009, 2010 e 2011. Outras duas empresas citadas no depoimento
também aparecem nas contas do PT. A empresa Setec Tecnologia S/A doou R$ 500
mil em 2010, mesmo valor da contribuição da PEM Engenharia, no mesmo ano.
Tesoureiro do PT: João Vaccari Neto |
Mendonça Neto detalhou
os pagamentos feitos pela Setal para participar de obras da Refinaria Presidente
Vargas (Repar),no Paraná. Com Renato Duque, então da Diretoria de Serviços,
foram negociados entre R$ 50 milhões a R$ 60 milhões. Segundo ele, parte foi
entregue também em dinheiro vivo a um emissário de Duque conhecido como
"Tigrão", descrito como um homem em torno de 40 anos, moreno, com
altura entre 1m70 e 1m80 e "meio gordinho". O executivo afirmou que
Tigrão agiu como emissário de Duque na maioria das vezes, mas que o dinheiro
era retirado em seu escritório também por outros homens, também conhecidos por
apelidos, como “Melância” e “Eucalipto”. A terceira forma de pagar a propina,
segundo ele, eram os depósitos em contas no exterior, indicadas por Duque e
pelo gerente Pedro Barusco Filho. Os pagamentos da Setal, segundo o executivo,
foram feitos entre 2008 e 2011.
Renato Duque: ex-diretor de Serviços da Petrobras. |
O executivo afirmou
ter desembolsado ainda, no mesmo contrato da Repar, outros R$ 20 milhões de
propina para a diretoria de Paulo Roberto Costa, de Abastecimento, cujo destino
era o PP. A negociação foi feita com José Janene (PP), falecido em 2012.
Segundo ele, os repasses de dinheiro foram feitos entre março de 2009 a
fevereiro de 2012 e o último evento do contrato ocorreu em janeiro de 2013. Os
depósitos, neste caso, foram feitos nas contas de três empresas controladas
pelo doleiro Alberto Youssef : MO Consultoria, Rigidez e RCI. Numa segunda
obra, o Projeto Cabiúnas, o valor pago em propina foi de R$ 2 milhões.
Mendonça Neto disse
ter feito pelo menos um depósito, no valor de US$ 1 milhão, numa conta de
Renato Duque no exterior denominada Marinelo. O dinheiro era propina pela obra
da Estação de Compressão de Gás de Cabiúnas, conhecido como Tecab-Cabiúnas 3 e
a transferência foi feita por meio de uma empresa que o executivo mantinha no
Panamá. A propina total da obra, afirmou, foi em torno de R$ 30 milhões e paga
pelo consórcio formado pela SOG Óleo e Gás ( vinculada ao grupo Setal), Promon
Engenharia e Shanska.
Fonte: O Globo.
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